Para quem não saiba este título foi título durante meses e meses nas
capas de jornais e nos canais televisivos. Estávamos no mês de Abril de mil
novecentos e noventa e sete. Um grupo de jovens aliciados por Artur a mando de José
Queirós, dono da Bar de Alterne Diamante Negro, de nomes César, Filipe
e Ricardo, havia outro mas não me lembre o nome. Estes jovens cometeram um
crime hediondo.
Pelo que me contou Filipe nunca pensaram
no que se iam meter. Acredito. A intenção era pegar fogo ao Meia Culpa e desaparecerem.
No tempo em que se encontraram presos no Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira o seu comportamento sempre foi impecável. Desde que a Polícia Judiciária para ali os levou, próximo da Páscoa de mil novecentos e noventa e sete, não nos deram muito trabalho.
No tempo em que se encontraram presos no Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira o seu comportamento sempre foi impecável. Desde que a Polícia Judiciária para ali os levou, próximo da Páscoa de mil novecentos e noventa e sete, não nos deram muito trabalho.
Quando ali chegaram e soubemos
que eram indiciados pelo crime do Bar de Alterne Meia Culpa julgávamos que eram
uns seres sem escrúpulos.
Deram entrada como disse no Estabelecimento Prisional de Paços de
Ferreira, no Pavilhão de Observação, pavilhão esse para isolar presos mais
problemáticos. Ali passaram uns meses. Com o passar do tempo e mediante o seu
comportamento passaram para o sector prisional comum à maioria dos reclusos.
Fiz custódia aquando do julgamento deles no Tribunal de Penafiel que
levou meses e quase diário. Era um monte de mirones que para ali se deslocavam
para tomarem conhecimento o que nos obrigava a uma apertada vigilância para não
sermos surpreendidos por qualquer anomalia tanto para a integridade física dos
reclusos como para evitar qualquer evasão por parte dos reclusos. É evidente
que nada disso aconteceu.
Tanto no trajecto, Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira,
Tribunal de Penafiel e lá no tribunal, as coisas decorreram com estava
previamente estabelecido.
Já tinha estado noutro famoso julgamento, Malha Branca, no Tribunal de
Famalicão, mas que se realizou no Salão dos Bombeiros Voluntários de Famalicão,
pelo motivo de serem umas dezenas de arguidos e também tudo correu bem.
Como venho dizendo, no caso do Meia Culpa, os arguidos Queirós, César,
Filipe e Ricardo sempre tiveram um bom comportamento. Tiveram penas bastante
pesadas. Também o crime a isso comportava.
Mas devido ao tal bom comportamento acabaram por beneficiar, quando
alcançaram tempo suficiente de pena, da flexibilização das penas. Quando faltava
um quarto da pena beneficiaram da Liberdade Condicional.
Tanto o César, como o Filipe e o Ricardo aproveitaram para nesse tempo realizarem
os seus estudos nas salas de aulas que existe nos Estabelecimentos Prisionais.
O César chegou a tirar o curso de advocacia, julgo eu, e Filipe mais tarde
acabou por ser transferido para o Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do
Bispo para ali beneficiar do Regime Aberto Voltado para o Exterior uma vez que
o seu trabalho era nas proximidades daquele Estabelecimento Prisional.
O crime praticado por eles foi hediondo como disse acima mas quem os
conheceu reparou que foram uns pobres jovens que quando o praticaram nunca
pensaram que ia tomar aquelas proporções. Coisas de jovens e amadores.
O respeito por eles todos leva-me a escrever estas linhas. Não para os
ilibar mas para dar a conhecer o infortúnio em que eles se meteram por uns míseros
contos de reis.
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